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Açúcar - a droga lícita

  • Nathália Galvão
  • 31 de mar. de 2017
  • 5 min de leitura

A hiperglicemia (hiper = alto + glicemia = taxa de glicose no sangue) é uma patologia caracterizada pelo excesso de glicose (açúcar) no sangue. Pessoas que estão nesta condição possuem um nível de glicemia superior a 180 mg/dl (miligrama por decilitro) após as refeições, um quadro conhecido como hiperglicemia pós-prandial, e acima de 130 mg/dl em jejum de pelo menos oito horas, quadro conhecido como hiperglicemia em jejum. A hiperglicemia vem trazendo consequências alarmantes para a saúde da população chegando a ser considerada um problema de saúde pública atualmente, por gerar uma série de desequilíbrios sistêmicos, tais como danos aos rins, danos neurológicos, lesões cardiovasculares, danos à retina, e cetoacidose (coma diabético), sendo prevalente em indivíduos diabéticos em que normalmente não há a presença do hormônio insulina suficientemente ou a insulina não funciona corretamente para controlar os níveis de glicose no sangue.


A Organização Mundial de Saúde publicou na última semana uma nova diretriz sobre consumo de açúcares para adultos e crianças. O consumo de açúcar não deve passar de 50 gramas por dia. Uma colher de sopa de ketchup, adverte a OMS, representa 4 gramas de açúcar oculto, e uma lata de refrigerante pode conter até 40 gramas. O ideal seria não ultrapassar 5% da ração energética diária.


De baixa qualidade nutricional, o açúcar, é capaz de alterar o meio digestivo no estômago, prejudicar a absorção de vitaminas e minerais, interferir na digestão e na absorção intestinal pois, ao ser o alimento preferido das bactérias patogênicas, propicia o crescimento rápido dessa colônia, diminuindo e/ou acabando com a flora intestinal saudável e ocasionando má absorção de nutrientes importantes; deficiência do sistema imunológico; entrada de toxinas pelos vasos capilares que leva a uma série de desequilíbrios no organismo e doenças como câncer (também serve de alimento para células cancerígenas, promovendo o crescimento de tumores), além de facilitar o aumento da excreção de alguns nutrientes dentro do organismo. O aparecimento de diabetes, o aumento de cáries, infecções e osteoporose, relacionados à perda lenta e constante de cálcio e magnésio que esse alimento acarretar; lesão nas paredes dos vasos sanguíneos; obesidade; candidíase; envelhecimento precoce (aumento de radicais livres); hiperatividade; ansiedade; dificuldade de concentração e irritabilidade são outros malefícios provocados pela ingestão do açúcar. O açúcar também facilita a instalação da síndrome metabólica que é geradora de problemas cardiovasculares, como a hipertensão, depósito da gordura abdominal, distúrbios de concentração e fadiga crônica também.


A ingestão e consequente dependência química do açúcar ocorre fortemente por gerar alta sensação de prazer, estimulando neurotransmissores cerebrais. Essa sensação boa gera vício, que dura pouco tempo e nos faz querer sempre mais dessa substância. Os pesquisadores descobriram que os ratos que consumiram muita frutose tinham danificado as atividades sinápticas no cérebro, ou seja, a comunicação entre as células cerebrais foi prejudicada. A pesada ingestão de açúcar fez também com que os ratos desenvolvessem resistência à insulina - um hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue e regula a função das células cerebrais. A insulina fortalece as conexões sinápticas entre as células do cérebro, ajudando-as a se comunicarem melhor e, assim, formarem memórias mais fortes. Assim, quando os níveis de insulina no cérebro são reduzidos devido ao excesso de consumo de açúcar, a cognição pode ser prejudicada.


Alimentos ricos em açúcar podem mexer com os neurotransmissores que ajudam a manter o nosso humor estável. Consumir açúcar estimula a liberação da serotonina, neurotransmissor que impulsiona o nosso humor. A ativação excessiva constante dessa via com a serotonina pode esgotar nossos suprimentos limitados dos neurotransmissores, que podem contribuir para sintomas de depressão, de acordo com pesquisas.


Cronicamente os níveis elevados de açúcar no sangue também têm sido associados a inflamação no cérebro. E, como algumas pesquisas sugerem, a neuroinflamação pode ser uma possível causa da depressão. Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), feito com ratos de laboratório, mostrou que uma dieta com elevada dosagem de açúcar deixa o cérebro mais lento, prejudicando a memória e a aprendizagem havendo evidências de que consumir altos níveis de açúcar pode ter também um efeito danoso sobre a saúde do cérebro – que vai da função cognitiva até a sensação de bem-estar psicológico. Os adolescentes podem ser mais vulneráveis aos efeitos do açúcar sobre o humor. Um estudo recente em ratos adolescentes, conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Emory, concluiu que uma dieta rica em açúcar contribui para a depressão e comportamentos similares à ansiedade.


A pesquisa também descobriu que as pessoas que têm uma dieta típica americana, rica em alimentos processados - que normalmente contém quantidades elevadas de gordura saturada, açúcar e sal - têm maior risco de desenvolver depressão, em comparação com aqueles que seguem uma dieta com alimentos integrais, com menos açúcar.


Um crescente número de pesquisas sugere que uma dieta com muito açúcar poderia aumentar o risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Um estudo de 2013 descobriu que a resistência à insulina e níveis de glicose no sangue - símbolos da diabetes - estão ligados a um maior risco de desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. De fato, alguns pesquisadores têm chamado o Alzheimer de "Diabetes Tipo 3" - o que sugere que a dieta pode ter algum papel no risco de desenvolver a doença.


Embora consumir açúcar, em pequenas quantidades, não seja motivo de preocupação, a maioria de nós simplesmente faz o oposto. Glicose, frutose, mel e xarope de milho - são encontradas em 74 por cento dos alimentos embalados nos supermercados. Mesmo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde de que apenas 5 por cento da ingestão calórica diária seja proveniente do açúcar, a dieta americana típica é composta por 13 por cento de calorias provenientes do açúcar e muitos americanos comem cerca de cinco vezes mais açúcar do que deveriam consumir.


É fundamental o uso controlado e limitado desse alimento, para garantir a o equilíbrio do corpo.


São sintomas de excesso de açúcar no sangue:

  • Sede,

  • Aumento da vontade de urinar,

  • Muita fome;

  • Cansaço;

  • Dor de cabeça;

  • Enjoo;

  • Sonolência;

  • Dificuldade para respirar e

  • Hálito de maçã ou acetona.

Como diminuir a taxa de açúcar no sangue?

A melhor forma de evitar que a taxa de açúcar no sangue se descontrole é:

  • Comer em intervalos regulares de 3 horas pequenas refeições;

  • Não comer doces concentrados ou frutas isoladas como uma refeição;

  • Fazer alguma atividade física como caminhadas após as refeições principais e não ir dormir ou deitar.

  • Seguir uma dieta individualizada e elaborada por um nutricionista é uma maneira muito saudável de impedir a evolução da diabetes, ou mesmo a instalação da doença no caso dos pré -diabéticos.

Uma consulta a um nutricionista também poderá ser útil para esclarecer questões importantes como o que comer, quando comer, assim como os alimentos que não se pode comer em caso de diabetes ou pré diabetes.

Referências bibliográficas:

FUKUDA, Yotaka. Açúcar Amigo ou Vilão. São Paulo: Manole, 2004.

Guia da OMS recomenda redução no açúcar.

Disponível em:< http://www.asbran.org.br/noticias.php?dsid=1289> Acesso em: 16 mar.2017.

CARVALHO, F. A. C. O livro negro do açúcar - Algumas verdades sobre a indústria do açúcar, Rio de Janeiro (RJ) 2006, 205 p.

Disponível em:<http://www.sunnet.com.br/textos/O_Livro_negro_do_acucar.pdf> Acesso em: 16 mar.2017.

DALMOLIN et al., v(10), nº 10, p. 2134 – 2147, OUT-DEZ 2012.





















 
 
 

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